Prêmios, música e emoção encerram a 32ª Mostra Internacional de CinemaCom o apresentador Serginho Groisman e os diretores da Mostra, Leon Cakoff e Renata de Almeida, realizou-se na quinta-feira, dia 30 de outubro, no Teatro Paulo Autran, no SESC Pinheiros, a cerimônia de encerramento e a entrega dos prêmios aos vencedores da 32ª Mostra Internacional de Cinema. Tradicional parceiro da Mostra, o SESC também foi o local escolhido para o show de encerramento, com a atriz, cineasta e cantora Maria de Medeiros.
O grande vencedor da noite, escolhido, por unanimidade, pelo júri internacional composto por Hugh Hudson, Jorge Bodanzky, Meinolf Zurhorst, Nicolas Klotz, Samira Makhmalbaf, foi O Estranho em Mim, de Emily Atef. Susanne Wolff, protagonista do filme, foi premiada como Melhor Atriz. Hudson, porta-voz do júri, disse que a produção é um filme ousado que fala com sensibilidade de algo comum, a depressão pós-parto, freqüentemente vista como tabu.
A entrega do prêmio à Emily coube aos atores Benício Del Toro e Rodrigo Santoro, que estão no elenco de Che, de Steven Soderbergh, filme escolhido para encerrar a 32ª Mostra de Cinema. Acompanhados da produtora Laura Bickford, Rodrigo disse ser uma honra fazer o encerramento da Mostra e Benício chamou ao palco Emily Atef. A diretora agradeceu e comentou não ter sido fácil realizar o filme, pois muita gente tinha medo do tema na Alemanha.
Para o público, o Melhor Longa Estrangeiro de Ficção foi o filme Jodhaa Akbar, de Ashutosh Gowariker, apontado como ousadia do cinema indiano, tolerância religiosa e cultural. O prêmio da Crítica de Melhor Filme, entregue pela jornalista Ana Paula Souza, foi concedido ao filme Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes. Ana Paula ressaltou tratar-se de um filme alternativo garimpado pela Mostra, que mantém sua vocação de prestigiar esse segmento cinematográfico.
Crianças da Pira, de Rajesh S.Jala, foi escolhido o Melhor Documentário. Em 2008, a Mostra criou um júri paralelo, composto por Laís Bodanzky, Heitor Dhalia e Caio Gullane, para avaliar apenas os documentários, pois não haveria tempo hábil para que o júri internacional cumprisse essa tarefa. O júri de documentários também atribuiu o prêmio Especial do Júri em Documentários a KFZ-1348, de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, e uma Menção Especial a Conhecendo Andrei Tarkovsky, de Dmitry Trakvosky
O público escolheu Youssou Ndour: I Bring What I Love, de Elizabeth Chai Vasarhelyi, como Melhor Documentário Estrangeiro, e Loki – Arnaldo Batista, de Paulo Henrique Fontenelle, como Melhor Documentário de Longa-Metragem Brasileiro. Elizabeth Chai disse que se sentia honrada com o prêmio, ainda mais porque seu pai cresceu no Brasil e ela passou muitos verões no Rio de Janeiro. Paulo Henrique Fontenelle destacou ter sido emocionante participar da Mostra de São Paulo, pois a história de Arnaldo começou aqui. Para o público, o Melhor Longa Brasileiro de Ficção foi Apenas o Fim, de Matheus de Souza.
Composto por Di Moretti, Ângela de Jesus e Iago Sartini, o júri de curtas e médias metragens entregou os prêmios de Melhor Média-Metragem a Bode Rei, Cabra Rainha, de Helena Tassara; Melhor Curta-Metragem Brasileiro a Monkey Joy, de Amir Admoni; Melhor Curta-Metragem Internacional a Death Valley Superstar, de Michael Yaroshevsky e Menção Honrosa a Vidas no Lixo, de Alexandre Stockler.
Também foi entregue o Prêmio Teleimage de Finalização, que teve como vencedores: Melhor Longa-Metragem, Apenas o Fim, de Matheus de Souza; Melhor Curta-Metragem, Monkey Joy, de Amir Admoni e Melhor Média-Metragem Brasileiro, Bode Rei, Cabra Rainha, de Helena Tassara. Pelo nono ano consecutivo, a Mostra realizou o Festival da Juventude, com exibições gratuitas para estudantes secundaristas, que deram o Prêmio da Juventude a Verônica, de Maurício Farias. O cineasta alemão Wim Wenders, a quem foi dada carta branca para uma seleção de filmes que integrou a 32ª Mostra, foi agraciado com o Prêmio Humanidade.
Encerrando a noite de festa e emoção, a atriz, cineasta e cantora portuguesa Maria de Medeiros apresentou-se no palco do Teatro Paulo Autran, cantando o repertório de seu disco A Little More Blue, interpretando composições de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
PREMIOS DA 32ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA
Melhor filme – Prêmio do Júri: O Estranho em Mim, de Emily Atef, Alemanha Melhor atriz – Prêmio do Júri: Susanne Wolff, de O Estranho em Mim, Alemanha Melhor Longa Estrangeiro de Ficção – Prêmio do Público: Jodhaa Akbar, de Ashutosh Gowariker, Índia Melhor Documentário Estrangeiro – Prêmio do Público: Youssou Ndour: I Bring What I Love, de Elizabeth Chai Vasarhelyi, EUA Melhor Documentário Longa-Metragem Brasileiro – Prêmio do Público: Lóki – Arnaldo Batista, de Paulo Henrique Fontenelle Melhor Longa Brasileiro de Ficção – Prêmio Público: Apenas o Fim, de Matheus de Souza Melhor Documentário – Prêmio do Júri: Crianças da Pira, de Rajesh S. Jala, Índia
Prêmio Especial do Júri – Documentário – KFZ-1348, de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, Brasil Menção Especial do Júri – Documentário – Conhecendo Andrei Tarkovsky, de Dmitry Trakovsky Melhor Curta-Metragem Internacional – Prêmio do Júri: Death Valley Superstar, de Michael Yaroshevsky, Canadá Melhor Curta-Metragem Brasileiro – Prêmio do Júri: Monkey Joy, Amir Admoni Melhor Média-Metragem Brasileiro – Prêmio do Júri: Bode Rei, Cabra Rainha, de Helena Tassara Menção Honrosa Curta-Metragem – Prêmio do Júri: Vidas no Lixo, de Alexandre Stockler, Brasil Melhor Longa-Metragem – Prêmio Teleimage de Finalização: Apenas o Fim, de Matheus de Souza, Brasil Melhor Curta-Metragem – Prêmio Teleimage de Finalização: Monkey Joy, de Amir Admoni, Brasil, Holanda Melhor Média-Metragem Brasileiro – Prêmio Teleimage de Finalização: Bode Rei, Cabra Rainha, de Helena Tassara Melhor Filme – Prêmio da Crítica – Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes, Portugal Melhor Filme – Prêmio da Juventude – Verônica, de Maurício Farias, Brasil Prêmio Humanidade – Wim Wenders, cineasta alemão, convidado de honra da 32ª Mostra.
Fonte:
www.mostra.org
